Queridos leitores... Aqui vai mais uma curiosidade radical! Por que os vampiros não gostam de oxigênio singlete? Sei que vocês devem estar pensando: “vampiros!?” e é completamente pertinente. Porém o que poucos sabem é que a origem das lendas de vampiros e lobisomens deriva do comportamento observado em indivíduos, principalmente do nordeste europeu, que apresentavam doenças hereditárias como a porfiria eritropoiética e a porfiria cutânea tarda em tempos antigos. A aparência deformada, hábitos noturnos, anti-sociabilidade são características que até hoje encontramos nesses monstros mitológicos e que são herdadas desses indivíduos com tais doenças.
Esses tipos de porfiria são alterações enzimáticas que geram o acúmulo intracelular de porfirinas, que são moléculas de grande importância no transporte e armazenamento de oxigênio e transferência de elétrons. Essas moléculas também são muito estudadas devido a propriedades como a afinidade por tecidos tumorais, baixa toxidade e a capacidade de absorção de luz, possibilitando sua utilidade em tratamentos como a terapia fotodinâmica.
Devido a tais alterações enzimáticas, as porfirinas acabam se acumulando passando a circulação e, posteriormente, a pele, já que as porfirinas não incorporam o ferro para formar os grupos heme do citocromo e da hemoglobina, presente nos eritrócitos. Se pessoas que apresentam esse acúmulo saírem à luz do dia, as partes expostas ficarão ulceradas através da ação fotodinâmica do oxigênio singlete e, às vezes, o hirsutismo (excesso de pelos no rosto). Daí a aversão à luz típica dos vampiros e os peludos lobisomens. Coincidentemente, porém não propositadamente, o alho com seus abundantes tioálcoois são supressores eficazes do oxigênio singlete além do que a “sede por sangue” na verdade seria a o mecanismo de compensação pela falta de hemoglobina. E assim foram criados os vampiros... Pelo menos aqueles clássicos.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/JNIC/RESUMOS/resumo_3365.html
http://www.crq4.org.br/default.php?p=informativo_mat.php&id=443
Postado por Larissa Braz
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