Antioxidantes

Vitamina C e Linus Pauling

Olá caros e estimados leitores!
Depois de uma semana muito corrida, porém bastante produtiva, finalmente poderei postar para vocês o mundialmente aguardado post sobre a famosa Vitamina C e o seu mais célebre defensor.
A vitamina C (que além do ácido ascórbico possui outra forma biologicamente ativa que seria o ácido desidroascórbico (DHAA)) é uma das 13 principais vitaminas que fazem parte de um grupo de substâncias químicas complexas necessárias para o funcionamento adequado do organismo. É uma das vitaminas hidrossolúveis, o que significa que seu organismo usa o que necessita e elimina o excesso. O ácido ascórbico é o antioxidante mais eficaz presente no sangue humano, por isso é tão importante.
A vitamina C é encontrada em alimentos como frutas cítricas, tomates, morangos, pimentão-doce e brócolis. A melhor maneira de se obter a quantidade necessária é por meio de uma alimentação saudável e rica em vitamina C. Uma dieta rica em frutas e vegetais também pode ajudar a prevenir alguns tipos de câncer.
É interessante observar que a maioria dos animais produz sua própria vitamina C, porém s homens, os primatas (macacos, chimpanzés, etc.) e os porquinhos-da-índia perderam essa capacidade. Devido à semelhança com o homem, os porquinhos-da-índia têm sido usados como cobaias em estudos sobre a vitamina C.
A dose recomendada para a manutenção do nível de saturação da vitamina C no organismo é cerca de 100mg por dia. Em situações não convencionais como infecções, gravidez, amamentação, além de tabagistas, doses elevadas são necessárias .
O ácido ascórbico participa como co-fator de uma grande variedade de reações químicas fundamentais para a manutenção da saúde, como nos processos celulares de oxirredução, faz parte da síntese e do metabolismo de neurotransmissores; está envolvida na produção de corticosteróides e aldosterona e, na absorção e utilização do ferro e na biossíntese de carnitina.
A vitamina C é importante durante a defesa do organismo contra infecções, fundamental para a integridade da parede dos vasos sanguíneos e essencial para a formação de fibras colágenas existentes praticamente em todos os tecidos do corpo humano (Azulay e colaboradores, 2003). Além de atuar como varredor de radicais livres e nutrir as células protegendo-as de danos causados pelos oxidantes (Padh,1991).
Dessa forma, o ácido ascórbico é considerado o mais importante e potente antioxidante nutricional hidrossolúvel. No plasma pode doar prontamente elétrons para várias espécies reativas, retornando facilmente a seu estado reduzido, eliminado-as antes que reajam com as membranas e lipoproteínas biológicas.
A carência dietética de vitamina C acarreta o desenvolvimento do escorbuto, doença caracterizada inicialmente por defeitos na formação de tecido conjuntivo, seguido de manifestações hemorrágicas, incluindo sangramento no interior das articulações e cavidade peritoneal (Azulay e colaboradores, 2003).

A vitamina C foi descoberta em 1927, pelo cientista húngaro Albert Szent-Györgyi, mas foi Linus Pauling quem descobriu a importância desta vitamina no tratamento da gripe.
Aos 41 anos de idade, descobriu uma doença nos rins, a Doença de Bright. Era considerada uma doença incurável na época. Tratou-se com um médico que indicava maior consumo de vitaminas e sais minerais e pouca ingestão de sal e proteínas.
Em suas pesquisas, investigava a ação de enzimas e deu-se conta que as vitaminas podiam ter efeitos bioquímicos no organismo. Em 1968, Linus Pauling publicou um artigo sobre psiquiatria ortomolecular. Suas ideias não eram muito aceitas pela comunidade científica da época.
Um outro cientista apresentou a tese de que podia haver cura de doenças a base de altas doses de vitamina C. Assim, Pauling começou a ingerir vários gramas de vitamina C para prevenir resfriados. Estudou muito sobre o assunto: “Vitaminas e resfriado comum”.
Trabalhou com um oncologista para estudar a relação da vitamina C com o câncer. Publicaram muitos artigos juntos. Ainda era muito criticado pelas pesquisas.
Desenvolveu dietas a base de elevadas doses de vitamina C como tratamento complementar contra o cancro. A ideia era usar a vitamina de forma prolongada para prevenir várias doenças.
Fundou um Intituto para continuar as investigações sobre a vitamina C. Estudou, nos seus últimos anos de vida sobre a ação da vitamina em agumas doenças.Morreu aos 93 anos em 1994.
Desde 1966, Pauling tomava todos os dias 18g de vitamina C e em 1991 quando descobriu um câncer, ele sustentou a tese de que a vitamina C foi quem retardou o aparecimento da doença pelo menos 20 anos. Enquanto isso, todos achavam que ele estava com câncer, justamente porque tomava altas doses de vitamina C. Essas são o que eu chamo de ironias da vida!
Uma curiosidade é que Linus Pauling é a única pessoa a receber dois prêmios Nobel em categorias diferentes:
Em 1954, recebeu o Prêmio Nobel de Química por descobertas na área de ligações químicas. Este trabalho foi muito útil para descrever a estrutura e a forma dos átomos e das complexas moléculas de tecidos vivos.
Em 1962, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, por sua luta contra a proliferação de armas atômicas.
Um abraço a todos os caros leitores, e até a próxima com mais novidades.

Referencias bibliográficas:

 

Capacidade antioxidante in vitro e in vivo!

Sei que prometi trazer nesta postagem um tema relacionado especificamente a ação da vitamina C contra radicais livres e as convicções acerca disso por um dos mais ilustres químicos que a humanidade já viu, mas... mas.... como as coisas ocorrem as vezes de maneira imprevisível, resolvemos fazer esse post com base em um artigo que nos foi indicado por nosso professor Marcelo Hermes através de nossa monitora Petra Araújo.

A gama de efeitos benéficos dos antioxidantes relacionados às desordens e doenças induzidas pelo estresse oxidativo vem sendo amplamente estudada. Porém, a maioria desses estudos é feita in vitro. Tal observação difere em vários aspectos com relação à ação original de tais antioxidantes quando atuam in vivo. Neste post, abordaremos de maneira simplificada um tema muito atual que recentemente foi publicado em um artigo do Instituto Nacional de Avanço Industrial Ciência & Tecnologia, em Osaka, Japão.
Pois bem, como já dito acima, muitos métodos têm sido desenvolvidos como o intuito de desvendar as bases dos mecanismos, dinâmica da ação, e os métodos propostos para avaliar a capacidade de limpeza de radicais livres e a inibição da peroxidação de lipídeos, tanto in vitro quanto in vivo. Devido ao fato de inúmeras espécies, reações e mecanismos envolvidos no estresse oxidativo do corpo humano, torna-se um pouco complicado estudar a ação antioxidantes, visto que não existe um método universal e único para avaliar a capacidade antioxidante, e por vezes tais estudos terminam como inconclusivos e incompreensíveis. As vantagens e desvantagens dos vários métodos dos efeitos antioxidantes são discutidos em termos de simplicidade, mecanismos, relevância biológica, quantidade de métodos, instrumentação requerida, dentre outros.

Os organismo aeróbios conseguiram ao longo da evolução desenvolver uma eficiente rede de defesa contra o estresse oxidativo. Seja por meio de enzimas, ou outras pequenas moléculas que funcionam como antioxidante. Do ponto de vista funcional, os antioxidantes podem ser classificados como antioxidantes preventivos, antioxidantes removedores, e antioxidantes reparadores, tais nomes são auto sugestivos. Além disso, recentemente têm surgido evidências que mostram que alguns antioxidantes também atuam como sinalizadores de mensagens celulares na regulação do nível de componentes antioxidantes e enzimas.
Em síntese, a capacidade de regular níveis de antioxidantes, bem como a ação destes, é determinada por toda uma rede de sinais que interage interligando diversos compostos que são necessários para estimulação ou inibição de vários antioxidantes e enzimas de uma determinada via, o que dificulta ainda mais a observação da forma de atuação dos antioxidantes in vitro serem comparadas com a forma que atuam in vivo, como por exemplo no caso de uma interação mais eficiente na ação antioxidante sinergista entre vitaminas E e C.
Com tudo isso que foi explicado, é possível observar que o efeito antioxidante observado in vitro permanece de certa forma obscuro, devido a dificuldade de achar um método universal e mais simples. Em organismos vivos então, isso é ainda mais difícil de se mostrar, assim como o efeito deles na prevenção e tratamento de doenças. O que conclui-se com tudo isso é que mais estudos devem ser feitos para podermos elucidar todas essas questões para relacionar fármacos a diversas doenças.

Então até a próxima. E prometo que da próxima vez será sobre a Vitamina C e o personagem surpresa :D.

 

Tipos de antioxidantes e reação com radicais livres

Olá caros leitores,
na postagem de hoje abordaremos de fato a química da reação entre um antioxidante qualquer, e um radical livre, além de citar quais são os tipos segundo a classificação de Bailey.

Os antioxidantes atuam em diferentes níveis no que se refere a defesa do organismo, podendo inibir a formação de radicais livres, são também capazes de interceptar os radicais livres gerados pelo metabolismo celular ou de fontes exógenas e reparar danos eventualmente causados por radicais livres.
Em algumas situações pode ocorrer uma adaptação do organismo em resposta a geração desses radicais com o aumento da síntese de enzimas antioxidantes. O controle do nível das enzimas antioxidantes nas células é extremamente importante para a sobrevivência no ambiente aeróbico (Barnett & King, 1995).
Os antioxidantes podem ser classificados em primários, sinergistas, removedores de oxigênio, biológicos, agentes quelantes e antioxidantes mistos. Os antioxidantes primários são compostos fenólicos que promovem a remoção ou inativação dos radicais livres formados durante a iniciação ou propagação da reação, através da doação de átomos de hidrogênio a estas moléculas, interrompendo a reação em cadeia. Frankel apresentou o mecanismo de ação representado pela figura a seguir:


O átomo de hidrogênio ativo do antioxidante é abstraído pelos radicais livres R e ROO com maior facilidade que os hidrogênios alílicos das moléculas insaturadas. Assim formam-se espécies inativas para a reação em cadeia e um radical inerte (A) procedente do antioxidante. Este radical, estabilizado por ressonância, não tem a capacidade de iniciar ou propagar as reações oxidativas.
Os sinergistas são substâncias com pouca ou nenhuma atividade antioxidante, que podem aumentar a atividade dos antioxidantes primários quando usados em combinação adequada com eles. Alguns antioxidantes primários quando usados em combinação podem atuar sinergisticamente.

Os removedores de oxigênio são compostos que atuam capturando o oxigênio presente no meio, através de reações químicas estáveis tornando-os, conseqüentemente, indisponíveis para atuarem como propagadores da autoxidação. Ácido ascórbico, seus isômeros e seus derivados são os melhores exemplos deste grupo. O ácido ascórbico pode atuar também como sinergista na regeneração de antioxidantes primários.

Os antioxidantes biológicos incluem várias enzimas, como glucose oxidase, superóxido dismurtase e catalases. Estas substâncias podem remover oxigênio ou compostos altamente reativos de um sistema alimentício.
Os agentes quelantes/seqüestrantes complexam íons metálicos, principalmente cobre e ferro, que catalisam a oxidação lipídica. Um par de elétrons não compartilhado na sua estrutura molecular promove a ação de complexação. Os mais comuns são ácido cítrico e seus sais, fosfatos e sais de ácido etileno diamino tetra acético (EDTA).
Os antioxidantes mistos incluem compostos de plantas e animais que têm sido amplamente estudados como antioxidantes em alimentos. Entre eles estão várias proteínas hidrolisadas, flavonóides e derivados de ácido cinâmico (ácido caféico).
Por enquanto, não nos delongaremos mais a respeito do tema.
Em breve postaremos sobre a vitamina C e a opinião e crença no poder antioxidante desta vitamina de um célebre químico.

Até breve

Bibliografia:



 

Excesso de antioxidantes pode ser nocivo à saúde


É normal ouvir de todos, especialmente das avós, a velha frase: “tudo em excesso faz mal”. Até mesmo aquilo que rotineiramente e convencionalmente conhecemos como sendo algo bom para o nosso organismo. Tal máxima está correta e se estende aos antioxidantes, que sempre ouvimos falar como sendo coisas boas que, dentre outras coisas, previnem doenças e retardam o envelhecimento.
Pois bem, recentemente, uma pesquisa divulgada pela Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, e publicada pelo Journal of Applied Physiology, diz que o consumo de alimentos que contêm boas quantidades de antioxidantes pode ter efeitos nocivos a longo prazo.
O que aponta a pesquisa, feita com animais que receberam diferentes doses dessas substâncias, é que altas doses causam na verdade enfraquecimento muscular em pessoas mais velhas. Isso por que o consumo excessivo de uma substância altera o equilíbrio dos nutrientes no corpo. "Muitas pessoas não percebem que a quantidade de antioxidantes e pro-oxidantes é muito delicada. E pensam que terão algum tipo de resultado positivo, quando podem conquistar um problema mais sério", disse o pesquisador Steven Copp.
A pesquisa verificou que consumir antioxidantes em excesso diminui a quantidade de substâncias vasodilatadoras que ajudam a manter a saúde de artérias e veias. Isso faz com que os músculos não recebam a quantidade necessária de oxigênio, deixando-os rígidos e doloridos, principalmente durante a realização de exercícios.
O estudo sugere ter cautela na prescrição de uma alimentação carregada de antioxidantes e lembra que muitos itens fornecem quantidades superiores de nutrientes às recomendadas diariamente. Por exemplo, uma porção de batata-doce fornece quatro vezes a quantidade recomendada de vitamina A diária. O mesmo vale para o brócolis, cuja porção oferece mais que o dobro da quantidade de vitamina K recomendada para consumo adulto diariamente.
Então sabemos que o famoso menino da propaganda da sustagem kids ávido por brócolis deve se cuidar e ter parcimônia com sua fome insaciável, se quiser ser um adulto saudável no futuro!!! :D

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Antioxidantes, o que são???



Como o nome diz, os antioxidantes são substâncias capazes de agir contra os danos normais causados pelos efeitos do processo fisiológico de oxidação no tecido animal. Nutrientes (vitaminas e minerais) e enzimas são antioxidantes. Acredita-se que os antioxidantes ajudam na prevenção do desenvolvimento de doenças crônicas como o câncer, as doenças cardíacas, derrame, Mal de Alzheimer, catarata e artrite reumatóide.
O estresse oxidativo ocorre quando a produção de moléculas prejudiciais, chamadas de radicais livres, está além da capacidade protetora das defesas antioxidantes. Exemplos de radicais livres são o ânion superóxido, o radical hidroxila, os metais de transição como o ferro e o cobre, o ácido nítrico e o ozônio. Os radicais livres contém oxigênio conhecido como espécies reativas de oxigênio (ROS), que são os radicais livres biologicamente mais importantes. Os ROS incluem os radicais superóxidos e o radical hidroxila mais os derivados do oxigênio que não contém elétrons ímpares, como o peróxido de hidrogênio e o oxigênio "singlete".
Como têm um ou mais elétrons ímpares, os radicais livres são altamente instáveis. Eles vasculham o seu corpo para se apropriar ou doar elétrons e, por esta razão, prejudicam as células, proteínas e DNA (material genético). O mesmo processo oxidativo também causa o ranço no óleo, a cor marrom em maçãs descascadas e a ferrugem no ferro.
É impossível evitarmos todos os danos causados pelos radicais livres. Eles são resultado de diversos processos orgânicos e são precipitados por vários fatores exógenos e endógenos do nosso corpo. Os oxidantes que se desenvolvem dos processos internos do nosso corpo são formados pelo resultado natural da respiração aeróbica, metabolismo e inflamação. Os radicais livres exógenos são formados através de fatores ambientais como poluição, luz solar, exercício físico, raios-X, nicotina e álcool. O nosso sistema antioxidante não é perfeito, então, com a idade, as células são danificadas pelo acúmulo de oxidação.

Referências bibliográficas:

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