sábado, 25 de junho de 2011

Doença de Parkinson e Radicais Livres



Olá, queridos leitores!

Hoje vamos continuar a nossa extensa caminhada sobre as doenças neurodegenerativas relacionadas aos radicais livres. A escolhida da vez é a doença de Parkinson! Vocês sabiam que Parkinson é uma doença neurodegenerativa que atinge atualmente mais de seis milhões de pessoas em todo o mundo?

Primeiramente, vamos nos situar quanto à causa e aos sintomas dessa patologia. A doença de Parkinson é uma doença crônica, degenerativa e irreversível que é caracterizada pela perda de neurônios de uma área específica do cérebro denominada substância nigra ( ou negra ). Essas células neuronais que compõem a substância negra são responsáveis pela liberação de um neurotransmissor muito importante para a nossa coordenação motora: a dopamina.

Mas tá, o que a dopamina realmente é e faz?

Como já havia sido citado, a dopamina é um neurotransmissor. Mas o que é um neurotransmissor? Pois bem, neurotransmissores são moléculas que permitem a comunicação entre as células nervosas, podendo provocar o estímulo da propagação do impulso nervoso, por exemplo.

Então, sabendo disso, vamos analisar agora o que a dopamina realmente faz: ela possui um papel relacionado com o nosso controle motor, além disso também é um estimulante do sistema nervoso central, atuando como precursora de moléculas como adrenalina e noradrenalina. É um neurotransmissor que inibe certas células do corpo estriado cuja ação favorece a “contaminação” de movimentos conscientes por movimentos inconscientes indesejados (que seriam, portanto, barrados por uma via que tem como um de seus participantes a dopamina). É por tal motivo que pacientes com doença de Parkinson não conseguem controlar seus movimentos de forma eficiente, visto que sua taxa de dopamina produzida é baixa e os movimentos do corpo estriado são extremamente ativos.

Agora que vocês já entenderam o que É a doença de Parkinson, fica fácil analisar alguns de seus sintomas, como: o tremor em repouso, a instabilidade postural, a rigidez muscular, dentre outros.

Mas, enfim, como o estresse oxidativo pode influenciar na Doença de Parkinson?

Sabe-se que a presença de espécies reativas pode induzir diversos fenômenos celulares, um deles muito importante é o da morte celular. Se há presença de estresse oxidativo em uma célula dopaminérgica da substância nigra, a probabilidade de essa célula entrar em processo de morte celular é muito grande, e tal fato, colabora com a diminuição da liberação de dopamina no organismo e, consequentemente, com a progressão da Doença de Parkinson.

Existem pelo menos duas vias de produção de radicais livres na substância nigra do cérebro. A primeira delas, por mais incrível que pareça, é a própria degradação da dopamina.

A dopamina é constantemente oxidada pela enzima monoamina-oxidase (MAO), assim bombardeando para o cérebro, mas especificamente na substância nigra, peróxido de hidrogênio (que não é um radical livre, mas tem ações muito semelhantes) e alguns radicais livres. A exposição a esse bombardeio durante toda uma vida gerará danos aos neurônios.

Além dessa via, também foi encontrada em muitos pacientes portadores de Parkinson a disfunção do complexo 1 da cadeia transportadora de elétrons pelo DNA mitocondrial, a qual também é responsável pela produção de radicais livres.

Em condições normais o organismo elimina estas moléculas indesejáveis através de defesas antioxidantes que possui, porém, por alguma razão, na Doença de Parkinson, há um acúmulo destes radicais na substância negra.

Comentário da Imagem acima: Um artigo da Unifesp relacionou o estresse emocional em indivíduos com deficiência de vitamina B12 com o aumento de liberação de dopamina. Esse aumento de liberação de dopamina, promove, com a sua degradação, a maior produção de espécies reativas de oxigênio. Tais espécies podem induzir na célula o fênomeno de morte celular.

Outro fato bem interessante é que foi encontrado um grande acúmulo de Ferro na substância nigra de pacientes com Parkinson. E esse Ferro encontrado pode estar diretamente relacionado com a produção de radicais livres também, pois ele é necessário para a ocorrência de algumas reações produtoras de espécies reativas, como vocês verão posteriormente nas postagens do nosso amigo Ian.

Portanto, é fácil perceber que o estresse oxidativo possui grande relevância para a progressão da doença de Parkinson. Alguns antioxidantes como a Vitamina E, B6, B12 e Vitamina C são utilizadas para auxílio no tratamento dessa patologia, entretanto ainda existem opiniões bem distintas quanto à sua eficiência.

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado desse post! Qualquer dúvida é só mandar nos comentários.

Abraços e até a próxima! :)

Referências Bibliográficas

http://www.unifesp.br/dneuro/nexp/riboflavina/h.htm

http://www.doencadeparkinson.com.br/resumodp.htm

http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:BQeu4nWUcu8J:www.cienceduc.com/servicos-online/documentos/doc_download/57-monografia-doenca-de-parkinson.html+doen%C3%A7a+de+parkinson+e+radicais+livres&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESjy0ZmN_3PXzfyr2DT9e6k8jSkrxCCZCDuPwgWvlbprFEpTK39dZBc6inREYyOKmxssnHIoZTlPxh22gnT86oz98A6NFga2wE6ll8FEPbgp_RVw1OnE30lhYQElNThET29CU_4q&sig=AHIEtbSj-tuogmmyWEj6rjMoVMoQfpGjaQ

http://draclinicaneurocirurgicasorocabascltda.site.med.br/index.asp?PageName=DOEN-C7A-20DE-20PARKINSON-20-26-20PARKINSONISMO

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